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decordovanaturais

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Interrompida a minha actividade lectiva para que os alunos possam espairecer é bom aproveitar alguns dias junto da Família nestes dias.

Há sempre alguma coisa para fazer, desde a mudança de uma lâmpada, rega do jardim, envolvimento com a Natureza, enfim um sempre a girar que não é bom estar parado.

Com a Mulher, no meio dos cinco Netos e das três Filhas, há sempre espaço para agradecer a Deus pelo dom da Vida e pela alegria de podermos brincar uns com os outros. Contam-se anedotas de alentejanos ( com barbas mas que fingimos ouvir pela primeira vez), fazem-se jogos de rimas e com números, perde-se aos matraquilhos ( em cem golos sofridos, talvez se meta um...) e fazem-se outras coisas que não dá no resto do tempo.

No outro dia foram os mais velhos (11, 8 e 6 anos) ajudar-me a juntar boiça no olival. (Não digam à ASAE pois ainda pensam que os utilizo como mão de obra infantil.) O Francisco levava um bornal com binóculos e um cantil com água. Na brincadeira lá foram ajudando a juntar os ramos secos de modo a que o gado possa pastar sem esses impecilhos a ferirem-lhe os beiços. Só que a água era ali um bem escasso e prontamente se arranjou uma escaramuça pois todos queriam beber do cantil, sem autorização do proprietário. A brincadeira deu em choro e nalguns puxões de orelhas pois é preciso ensinar que, embora donos do cantil, devemos saber administrar a água para servir a todos.

Eu não sei até que ponto eles se aperceberam do que correu mal. Para mim, e numa explicação ao Francisco, ao retornar a casa, mostrei como é importante que o guia de patrulha saiba descer do seu pedestral para servir os outros. Numa patrulha, como em qualquer equipa, devemos tornar nosso o lema dos mosqueteiros: "Um por todos, todos por um". Hoje o egoísmo está bastante entranhado no mundo a todos os níveis pelo que não será de mais ensinar desde a mais tenra idade que aquilo que temos não é nossa propriedade exclusiva mas devemos administrar tendo em conta os parceiros sociais - neste caso os irmãos.

Neste assunto de partilha o Escutismo é uma excelente escola se não for corrompida por paizinhos controladores e apaparicadores. É na frugalidade/ precaridade que mais se desenvolve este espírito de partilha e comunhão, sem escrúpulos nem vergonhas - que tem a mais dá, quem tem a menos gasta também. Alegria no receber e alegria no dar.

Uma Santa Páscoa para todos.