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decordovanaturais

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Hoje tive outra visita dos meu amigo Rui.

Contou-me como foi ainda pequenino para a Casa Pia - com uns seis ou sete anos. Foi nos anos sessenta  do século passado. Vivia no Algarve com os avós, numa aldeia da serra, já não se lembra do nome.

Há uns dois anos foi comigo a Faro para ver se descobria a prima que aí mora. Só não sabia a morada. Foi tanta a sorte que ao parar numa rua para saber onde ficaria um café onde a prima trabalhava, a senhora lembrou-se do caso e indicou-nos o nome do café. Lá fomos passear e a prima ofereceu o lanche ao Rui.

Quando chegou aos dezoito anos teve de sair da Instituição e meteram-no num lar da terceira idade, o Lar dos Pinheiros, que pertencia à Casa Pia  e fazia lá qualquer coisa ajudando as empregadas.

Entretanto teve de arranjar um quarto fora porque as camas faziam falta aos idosos, e em seguida tiram-lhe também o direito a refeições. Só que ficou lá um outro colega a dormir e a comer...

Não há segurança social  !

Vivemos num mundo quântico em que tudo tem uma medida.

As medidas servem para comparar, para avaliar, para sentirmos as diferenças e as semelhanças.

Existem então medidas exactas, objectivas, quantitativas e outras há mais subjectivas, qualitativas.

Entre o zero e o infinito ou mesmo de menos infinito a mais infinito, de zero a 360 graus, sempre é possível posicionarmos qualquer coisa.

Também o tempo se pode medir em segundos, em horas ou dias, em anos, gerações, séculos ou eras.

Tudo tem uma medição.

Mas para além destes termos sabemos que os seres vivos têm memória e aprendem a ajustar-se ao tempo, sabem quando começa a primavera, e o ciclo da vida tem uma precisão impressionante.

Os factos marcantes são recordados passados anos e levam a reacções próprias de cada acontecimento. Ouvi dizer de um elefante que se vingou de uma pessoa quando a encontrou passados mais de vinte anos depois desta o ter agredido.

Também o Homem, animal superior por ter inteligência para além da memória, utiliza o tempo para ir registando várias marcas que o ajudarão a resolver problemas novos.

Não podemos nunca dizer que o tempo passado está passado, ponto final.

O tempo passado é importante no tempo presente por nos ajudar a compreender a nossa vida e será importante no futuro pois a nossa experiência poderá, se devidamente documentada, servir de suporte para a acção de outros que nos sucederão e que não precisarão, por ventura, de repetir os mesmos erros e experiências que nós já experimentámos.

Falo, claro, em termos ideais, porque continuamos sempre a cair nas mesmas asneiras e a acreditar num outro 'conto do vigário' pois nisso  só caiem os outros...

Não deitemos para o lixo o nosso passado. Aproveitemos as experiências, boas e más, para nos ajudarem a crescer e caminhar para o futuro.

19 Mai, 2007

Fé e Luz

Convidaram-me e eu senti-me convocado.

Há já muito tempo que não ia aos convivios da Comunidade Fé e Luz. Fazia-me falta ver aquela alegria e abertura de espírito. Fui a Fátima este Sábado.

Três Comunidades de Faith and Light de Gibraltar com nomes bem fortes :

- Upon this Rock - sobre esta Rocha;

- Ray of Hope - Raio de Esperança;

- Cavnet of Love - Caverna de Amor,

vieram efectuar a sua peregrinação a Fátima e vai daí, as comunidades portuguesas de Évora, Arroios e Unhos, caminharam também para os pés de Nossa Senhora.

O que é a Fé e Luz que juntou neste fim de semana mais de uma centena de pessoas ?

É um movimento de cariz ecuménico de ajuda às famílias de pessoas portadoras de deficiência. Para além dos amigos especiais e suas famílias podem-se associar quaisquer outros amigos que disponham de dois minutos para saborear a Vida.

Está lançado o convite, se és jovem e procuras algo sem encontrar aqui está uma alegria sem medida e sem fronteiras. Na última semana de Agosto será um campo de férias. Não queres vir ajudar?

18 Mai, 2007

Chover no molhado

Dia 11 de Fevereiro
Nada de S_ ÃO  ou N_IM.
No aborto aponho um NÃO
Porque à Vida digo Sim!!!
 
Vamos todos ser chamados
Para mais um referendo
Pois houve quem não gostasse
Doutro já discipiendo.
Andam muitos que só vendo
Com ar sonso e matreiro
Enganando com vocábulos
A modos de invencioneiro.
Vamos todos responder
Dia 11 de Fevereiro.
 
A conversa é muito simples,
Não tem nada qu’enganar.
Ou somos bichos do mato
Ou temos Vida p’ra dar.
Se queremos muito amar,
Imagem do Serafim,
 Devemos ser conscientes
‘Que já me calhou a mim’:
Foi bom eu poder nascer...
Nada de S_ ÃO  ou N_IM.
 
Tanta vida sem sentido,
Tanta gente maltratada,
Tanta pobreza na rua,
Quanta infância malfadada:
Óh família aniquilada...
Precisas de paz e pão!
Precisas de ajuda firme
No ensino e na pensão.
Para cresceres feliz,
No aborto aponho um NÃO
 
Todos sabem que é vida
Dentro da mãe, a pulsar!
Mas em nome da liberdade
Alguns pretendem matar
E assim querem votar.
Pois não m’enganam a mim
Que tenho outros Valores.
Para chegar a bom fim,
Peço, exijo justiça:
Porque à Vida digo Sim!!!
 
Dia 11 de Fevereiro ,
Porque à Vida digo Sim,
Nada de S_ ÃO  ou N_IM.
No aborto aponho um NÃO
                                                                                   O ‘Caldeira’, de Castelo Branco
17 Mai, 2007

Ascensão

Quinta feira da Ascensão, recordações da minha infância.

Nesse dia, pela tarde, a cidade esvaziava-se porque toda a gente ia ao campo  apanhar a 'espiga'. A 'espiga era um ramalhete composto por espigas de trigo, raminhos de oliveira, papoilas, e flores do campo. Devia ter uma simbologia pagã ligada à fertilidade.

Para os agricultores vizinhos das povoações era um purgatório este dia, pelos estragos feitos nas searas, não tanto pela quantidade colhida que em centenas de raminhos era muito ceral, mas mais pela quantidade estragada ao espezinharem para colherem as espigas, as papoilas e as flores. É que nunca servia a espiga que estava junto ao caminho, era preciso entrar seara dentro para colher a maior ou a mais vistosa.

Acabaram-se as searas com a nova PAC.

Ainda se vai ao campo passear...

15 Mai, 2007

os fins e os meios

É sempre necessário passar pelo meio para se chegar ao fim. O problema passa pelo modo de 'passar' por esse 'meio'.

Não se passa nada por fumar uma passa mas o busilis é que depois é difícil passar dali.

Os hábitos e costumes fazem-se imitando os outros. É esse conjunto de conhecimentos que criam a cultura. É bom, numa sociedade todos pensarem de maneira parecida, existirem regras de procedimento mais ou menos padronizadas e esperadas que os outros cumpram. Incluindo, claro o modo de passar pelo meio para alcançar o fim. Só que aparecem chicos espertos a fintarem os parceiros, passando à frente de direitos de outros, para chegarem a um fim melhor, ou mais rápido.

É bom todos queremos chegar ao fim. O mal está em que para nós chegarmos lá, por vezes outros que iam à nossa frente ficam para trás.

12 Mai, 2007

As andorinhas

Chilreiam as andorinhas na minha varanda.

Nos ninhos, no vão da escada, já os ovos estão a chocar e qualquer dia começam a ouvir-se os pequenos borrachos esfomeados.

Os ninhos das andorinhas lembram-me a infância e a história que na Quinta de São José do Cano as andorinhas estavam dentro de casa e era preciso ter a porta aberta desde manhã até ao anoitecer. Hoje isso é impossível por causa da insegurança. Pensar na pobre Madlene que foi roubada de casa, onde dormia descansada...

12 Mai, 2007

O impossível

Nada é impossivel.

Ensina Baden Powel no seu Escutismo para Rapazes que se deve dar um pontapé no im do impossível, ficando então apenas o  (im)possível.

Realmente quando se quer, a sério, qualquer coisa, conseguimos alcançá-la. Só que esta sociedade ensina-nos a chorar um bocadinho que os pais, só para não nos ouvirem, fazem tudo para nos satisfazer...

Depois é que são elas.

11 Mai, 2007

Rui Mariano

Hoje tive a visita do meu amigo Rui.

Veio contar-me as suas peripécias no CAT da Horta da Figueira. Ele é bom rapaz e até fala verdade. O problema é que há verdades que não se podem dizer :-)

Na realidade, é por a verdade não ser dita  que o país está como está. E quem sofre é quem anda a pená-las, como várias pessoas ,como o Rui...

O amigo Beto, que está lá na casa tentou meter-se com o Rui mas saíu-se mal porque este não tem papas na língua e falou com a directora que lhe disse que se tinha de dar um desconto ao Beto por ter uma idade mental de 15 anos. Outro indivíduo  costuma sentar-se nuns sofás para descansar, o que os funcionários permitem. No entanto, uma vez que o Rui estava nesses sofás, foi incomodado por não o poder fazer . Este perguntou apenas se a lei era igual para todos ou não e questionou, em voz alta, a directora sobre qual dos empregados é que estava certo, o que permitia ou o que proibia. A directora respondeu então que por causa disso é que estava tudo num reboliço, a zangarem-se uns com os outros...