Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

decordovanaturais

decordovanaturais

 

O Primeiro Ministro tem andado, como alguns membros do Governo, a distribuir computadores por várias escolas do país, demonstrando aos eleitores o interesse político em que as pessoas utilizem as novas tecnologias e progridam qualitativamente nas suas carreiras.

A escolha da população alvo – os formandos das Novas Oportunidades, os alunos do 10º ano, e os professores do ensino básico e secundário – mostra que o Governo pretende premiar a qualificação profissional.

O tempo de antena aproveitado nos referidos noticiários tem sido uma boa promoção da imagem deste governo que, por ventura, andaria algo desgastada.

Podemos concluir que é um óptimo e estruturado marketing da Política.

Mas, será que este marketing da Política tem alguma coisa a ver com as políticas de Marketing? Esta campanha, para além do acerto de contas das telefónicas sem fios com o Estado, terá cumprido alguma das regras inerentes ao Marketing enquanto ciência?

Vejamos apenas um factor: Ir ao encontro dos desejos dos consumidores.

Não foi perguntado à população ligada à aprendizagem (alunos e professores) quem precisa de um computador, mas foi escolhido um segmento muito limitado de cidadãos, caracterizado por ter conseguido o diploma das Novas Oportunidades, ser aluno inscrito no 10º ano, ou ser professor do ensino básico ou secundário. Estes cidadãos podem já ter computador em casa com ligação à net mas ficam com direito a aproveitar esta campanha.

Um aluno do 11º ou do 12º que não tenha computador, ou um professor que esteja agora desempregado, não pode concorrer. Claro que os meios são escassos e não se arranja um computador para cada português...

Mas todos os necessitados de um computador, dentro dos beneficiados, terão interesse numa ligação à net sem fios? Não ficaria mais barato, nalguns casos, computadores de secretária?

E será que os alunos do 10º ano nocturno não têm os mesmos direitos do 10º ano diurno?

Ou que os alunos do ensino recorrente, que fazem um esforço titânico de frequentarem durante três anos, noite após noite das 7 à meia noite, depois de um dia de trabalho, para conseguirem o seu diploma, têm menos mérito que os que foram ‘repescados’ para em meia dúzia de meses se prepararem nas novas oportunidades?

O meu caso concreto é paradigmático!

Como professor do ensino secundário oficial, pensava que estava contemplado na lista dos ‘eleitos’. Tanto mais que este ano trabalho a mais de 150 km de casa ( graças a Deus, que há muitos colegas que não foram colocados ) e deixei o meu computador para que a minha filha possa trabalhar para o seu curso universitário.

Fiz a pré-adesão à TMN – não há grandes escolhas quanto ao fornecedor do serviço – e fiquei à espera que um senhor ministro fosse à minha escola para me entregar o computador . Enganei-me.

Como professor contratado terei de esperar pelo final de Outubro para ter acesso à minha vez.

Tenho três disciplinas novas este ano para leccionar. Irei trabalhando na sala dos computadores da Escola, levando e trazendo manuais, pen e papel de impressão, tentando concentrar-me no meu trabalho .

 

A intenção é boa mas a burocracia é demasiada!

Este é o título de um romance que fala da segunda guerra mundial.
Como agora habito a oeste do Alentejo, o cabeçalho até não fica mal se tivermos em conta que não sei o que dizer. Mas se até a 'minha prima Georgina que gosta muito de dizer coisas', nos dizeres de Raul Solnado, estava sempre a dizer algo sem interesse, também eu pretendo fazer um esforço sobre-humano para que os meus amigos possam, de algum modo, imaginar o meu dia-a-dia.
Parece que os alunos desta escola costumam trazer o fato de banho todo o ano para poderem ir à praia depois das aulas. Espero que sobre algum tempo para estudarem Economia porque lá para Junho terão exame :)
Alguns dos meus colegas do ano passado 'queixam-se' das minhas arbitrariedades como coagir a irem ao Moodle. Não será isto uma prova de colaboração? É que este ano eu vou continuar a fazer a mesma proposta: Vão ao Moodle! Irá ser muito mais divertido pois em paralelo com os estremocenses que pretenderem vou apoiar os cascaenses, com a mesma disciplina ( Economia, entenda-se, que não estou a pensar em sevícias ). Será interessante uma partilha de ideias a modos do rato do campo que foi visitar o primo, o rato da cidade. Até pode acontecer que no final se façam umas visitas de estudo em comum e possamos convidar os do interior a virem à praia. E que tal se depois se pagar  essa visita com um convite para estes de cá irem lá  caçar gambuzinos?
Na próxima semana, quando o Sr 1º me 'vender' o computador irei repor o Moodle em dia. Convido a todos a irem lá colocar elementos no portfólio e realizar os exercícios.
Comecem com o pé direito, isto é, estudem desde o princípio, façam revisões, pelo menos as matérias com exame à vista e não gastem o tempo todo no namoro.
Bom trabalho!

Fui colocado na Escola Secundária de S. João do Estoril. Vou emigrar!

Não me posso queixar, antes pelo contrário, tenho de dar graças a Deus pois foi-me atribuído um horário, num dos locais que eu pedi, enquanto cerca de dez mil professores passaram, de há dois anos a esta parte, para o desemprego. Outros têm horários mas ficam distantes da família, com filhos pequenos.

Fico com saudades de muitos alunos com quem contactei ao longo do ano. Mas eles sabem o meu endereço e espero que quando precisem de mim saibam onde me encontrar.

Na missa deste fim de semana o sacerdote propunha a cada um de nós que perguntasse a Deus, neste princípio do ano lectivo: Senhor, que queres de mim?

Penso que Ele vai querer, concretamente de mim, que eu dê testemunho sério da minha fé, num ambiente muito diferente do nosso Alentejo. Peço-Lhe que me ajude a não ter medo de O anunciar, a continuar a ser como tenho sido até aqui. Espero que os jovens que eu vá encontrar tenham fome de ouvir não apenas falar de matérias lectivas mas, principalmente da Vida com o bom e o mau que esta sociedade de consumo nos apresenta como ideal. Gostaria de que os alunos novos que eu vou  ter, percebam que  ganharam um amigo novo com quem podem contar para os escutar e apoiar. Não pretendo substituir os Pais mas penso que talvez, para além do professor da Economia, possam ver em mim, quem sabe, um Avô, o Avô Cordov, não é?