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decordovanaturais

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Gosto de ler os editoriais de A Defesa com os quais estou quase sempre de acordo.

No entanto o desta semana, 19Set2012, se me permitem dar a minha opinião, não é próprio de um jornal que se quer de formação.

Considero que este Governo tem que ter condições para governar e temos todos de fazer um esforço para que isso se torne realidade. Ora não é com a política do 'bota abaixo' que se consegue alguma coisa.

O Povo português não tem formação política! ou porque se esquece facilmente ou porque não pretende informar-se convenientemente. Não podemos ser nós, que nos consideramos responsáveis ou guias de opinião, a atirar mais pó para o ar.

É verdade que a despesa do Estado já poderia estar mais magra em automóveis, que os acordos com as PPP já deveriam estar celebrados de modo a reduzir os encargos estupidamente aceites pelo governo anterior, que o Governo já deveria ter tido a coragem de exigir maior 'colaboração financeira' dos mais ricos,... 

Mas o que é facto é que temos de diminuir o deficit e para isso há que aumentar receitas também, o que nos entrará seguramente nos bolsos.

Até há 12 anos atrás havia a hipótese de desvalorizar a moeda. Hoje, integrados no Euro, não o podemos fazer. Em substituição o mais parecido é tentar fazer com que os portugueses tenham menos poder de compra (para diminuir as importações) e encontrar maneira das empresas portuguesas terem mais hipóteses de exportar (baixando os seus custos). É verdade que o modo como o primeiro ministro lançou o caso da TSU não foi dos mais claros. Não esclareceu de imediato que se pretendia defender os mais fracos nem, mais importante para mim, esclareceu ao mesmo tempo que pretendia aumentar o imposto sobre a riqueza. Apenas apareceu o Conselheiro Victor Bento a dar uma explicação plausível sobre este assunto. 

Passos Coelho terá dito " que se lixem as eleições". Considero que esta afirmação foi de grande coragem. Na realidade os políticos da nossa praça estão habituados a terem em grande consideração as eleições e é por isso que se promete toda a facilidade possível; os nossos eleitores costumam votar no que lhes parece o mais 'leve'... Foi, para mim, na realidade de grande coragem Passos Coelho.

Recebi este endereço do Youtube. Não tive o cuidado de verificar a sua veracidade na especialidade mas pelo menos é-o na generalidade. Convém não esquecer:

http://www.youtube.com/watch?v=hulEV5elBUk&feature=player_detailpage#t=68s

Penso que nos teremos todos de agregar à volta dos interesses nacionais não nos deixando cair como fizeram os gregos. Quanto mais manifestações menos trabalho e menos rentabilidade. Quanto mais carros queimados, mais pilhagens e insegurança menos riqueza nacional.
Um abraço amigo,

07 Set, 2012

Alentejo alem água

“Alentejo alem água

Tanta água te levou

Só não me levou a mágoa

Em que me a alma tornou”

    

Margarida Morgado, in “Água pródiga”, 13Mar2002

 

 

Eu era um jovem ainda

Quando fui para o ISESE.

Fixei uma cara linda

Como ainda hoje acontece,

Qual amor que não falece.

De então até hoje trago-a

Gravada no coração.

Numa dor cheia de mágoa,

Barca cheia de ilusão,

Alentejo além água.

 

No final todos saíram

Cada qual para seu buraco.

Uns choraram, outros riram

Urdindo o próprio saco.

Partindo o coco e o caco,

Toda a gente dispersou.

Mas a saudade era tanta

Que a reunir nos chamou.

E para pintares a manta

Tanta água te levou.

 

Te encontrei, Margarida,

Depois de muito correr.

Vejo-te com muita vida

No espelho do teu sofrer,

Mas com Esperança a valer.

Seja a tua vida anágua,

Simples, transparente e pura.

Teu desejo é uma frágua,

Água mole em pedra dura:

Só não me levou a mágoa.

 

Em amores e desamores

Todos andámos cantando.

Chegaram agora as dores,

Todos ficamos chorando,

Uns aos outros perdoando.

Cada qual se encontrou

Consigo próprio, um momento,

E consciente pensou

Neste grande sacramento

Em que me a alma tornou.

 

O ‘Caldeira’, de Castelo Branco, depois de uma chamada do Banco do tempo