Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

decordovanaturais

decordovanaturais

 

 

É verdade! Estou em pleno desacordo como já o afirmei por diversas vezes.

Gosto de ler e gosto de ouvir, de escutar o linguajar do nosso português.

Acho piada ao ouvir brasileiros a falar com a sua entoação adocicada que, parece, depressa entra no ouvido. Reparo que os brasileiros imigrados em Portugal continuam com a mesma forma de falar e que muitos portugueses emigrados no Brasil depressa apanham esse sabor. No entanto não me encanta a ponto de o querer eu utilizar. Se dentro de Portugal, um alentejano fala de modo totalmente diferente de um minhoto, por que carga de água terei de utilizar as palavras tal como se escrevem no Brasil? Deixai-os vestir ternos em vez de fatos, deslocarem-se no trem em vez do combóio, terem gerentes em vez de directores e outras esquisitices tais…

Dirão os entendidos que se trata de um modo oral de expressão. E pretendem adaptar para Portugal a mesma ortografia num subjugação absoluta ao poder desse país irmão. No entanto, talvez por ignorância, não consigo compreender como foi possível aceitar tal servilismo a não ser por miseráveis interesses económicos de grandes editoras à procura de um mercado alargado.

Parece-me que se as pessoas expressassem oralmente aquilo que escrevem com a ‘nova’ ortografia depressa verificariam a burrice da inovação pretendida, com verdadeiras corruptelas fonéticas ou gráficas.

Considero que se está a corromper a nossa língua ao ir obrigar as nossas crianças a escrever de maneira diferente daquilo que deverão ler. A concepção passa a ler-se como se fosse uma concessão, um expectador passa a ser um espetador…

Então direi que se as nossas autoridades não travarem a derrocada em que estamos a cair neste aspecto, considero-as como corruptoras da nossa cultura. Em paralelo entendo que são corrosivas as exportações de livros com a nova ortografia para os restantes países Palop onde o acordo não foi aprovado. É que ao mostrar como correcto, às suas crianças, um termo não aprovado no seu país, estarão de facto a corroer a sua  cultura, restos da nossa herança local.

Muitas vezes, ao escrever, penso no étimo da palavra pretendida. Com a ‘nova’ ortografia perde-se esta ferramenta fundamental que irmana a nossa a outras línguas europeias e nos ajudam a compreendê-las.

07 Mar, 2014

Meditando

 “Hoje é um dia consagrado ao Senhor nosso Deus. Não vos entristeçais nem choreis, porque a alegria do Senhor é a nossa fortaleza.” (Ne 8, 9-10)

Estamos na Quaresma, período que a Igreja nos dá para em silêncio e ouvindo mais claramente o chamamento de Deus, nos convertermos e O desejarmos.

Com o salmo 94 podemos cantar “Vinde, exultemos de alegria no Senhor. Aclamemos a Deus, nosso Salvador. Vamos à Sua presença e demos graças, ao som de cânticos aclamemos o Senhor”. E no salmo 23 aparece uma pergunta: “Quem poderá subir à montanha do Senhor? Quem habitará no Seu santuário?” mas logo nos dá a resposta que é bem simples: “o que tem as mãos inocentes e o coração puro, quem não é vaidoso e sabe amar.”

Daqui podemos, cada um de nós, fazer um propósito: querermos habitar no santuário de Deus, isto é, sermos um só com Ele. Peçamos-Lhe que nos lave as mãos, nos dê um coração puro, arranque a nossa vaidade e nos ensine a amar. Ora Jesus já lavou os nossos pecados com o seu sangue e o Espírito Santo quer envolver-nos no seu amor. Só precisamos de reconhecer isso mesmo com gratidão. Jesus deu a Vida por mim, porque me ama e me quer salvar. Obrigado Jesus pela vossa oferta, mas obrigado também pelo vosso exemplo. Convidais-me, Senhor, a que eu também ofereça a minha vida, os meus sofrimentos, as minhas fraquezas. Há tanta gente que já ouviu falar de Vós mas não vos conhece; Há tanta gente que vos conhece mas não vos sabe amar; Há tanta gente que vos queria amar mas não compreende o poder da oração, da entrega, da aceitação da sua fragilidade.

A grandeza do homem resplandece quando louva a Deus pelo que podemos dizer com o salmo 99 “Sabei que o Senhor é Deus, Ele nos fez, a Ele pertencemos, somos o seu povo, ovelhas do seu rebanho. Glorificai-O, bendizei o seu nome. Porque o Senhor é bom, eterna é a sua misericórdia, a sua fidelidade estende-se de geração em geração.

Por vezes é difícil perceber a história que o Senhor quer fazer connosco e questionamo-Lo como Moisés: “Porque afligis este povo? Porque me enviastes? Desde que me apresentei ao faraó para lhe falar em vosso nome, ele tem maltratado este povo e Vós de nenhum modo livrastes o vosso povo.” Tenhamos confiança em Deus porque Ele sabe o que nós precisamos.

Quem dera ouvísseis hoje a sua voz: «não endureçais os vossos corações como em Meribá, como no dia de Massá no deserto, onde vossos pais me tentaram e provocaram, apesar de terem visto as minhas obras».”

É justo pedir a ajuda na nossa fraqueza: “ouvi, ó Deus, o meu clamor, atendei a minha oração. Dos confins da terra por Vós clamo… porque me desfalece o coração”. Será que o coração não desfalece pelas tentações em que me deixo cair mais do que pelas provações do dia-a-dia?

Talvez essas provações sejam necessárias para que nos apercebamos da nossa fragilidade, para compreendermos que não somos senhores da nossa felicidade egoísta, que somos criaturas e não criadores. Diz-nos Santo Agostinho: “Ninguém se conhece a si mesmo se não for provado, ninguém pode receber a coroa se não tiver vencido, ninguém pode vencer se não combater, e ninguém pode combater se não tiver inimigos e tentações”. A certeza é de que neste combate não estamos sós, não fomos abandonados. O Senhor Jesus, que venceu as tentações e que pela sua ressurreição venceu a morte, está connosco. É nosso aliado nesta luta, é o nosso general sob cuja bandeira lutamos e por isso podemos estar seguros da vitória. “Gritos de júbilo e de vitória nas tendas dos justos. A mão do Senhor fez prodígios, a mão do Senhor foi magnifica, a mão do Senhor fez prodígios.” (salmo 117).