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decordovanaturais

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Entramos na última semana da Quaresma e também na última das catequeses batismais. Depois de vermos que Jesus nos mata a sede e quer iluminar o nosso caminho, estamos hoje perante a lição que nos mostra como Ele é a Vida e a quer dar a cada um de nós.

Já não precisamos de temer a morte, seja no sentido físico, pois sabemos que há uma vida eterna para além desta limitada que temos, quer no sentido ontológico, quando nos sentimos oprimidos de qualquer forma. Se aceitarmos em nós este poder de Deus sentir-nos-emos libertos e livres. Saibamos dizer como o salmista: Eu confio no Senhor.

 

1ªleitura: da Profecia de Ezequiel                                              Ez 37, 12 – 14

Ezequiel é o profeta da esperança pois a partir dele começa a tomar sentido a ressurreição e a vida eterna.

Nesta visão teofânica ele ensina-nos que o Senhor quer dar-nos uma vida nova, arrancando-nos dos nossos medos, infundindo em nós o Seu espírito para que possamos viver.

 

2ªleitura: da Epístola de S. Paulo aos Romanos                          Rom 8, 8 – 11

O apóstolo incentiva-nos a deixarmo-nos inundar pelo espírito de Deus para que possamos aspirar à vida definitiva.

O homem não é só carne mas é naturalmente espiritual.

 

3ª leitura: do Evangelho segundo S. João                       o 11, 3 – 7. 17. 20 -27. 33b – 45

Ao chegar junto ao sepulcro do amigo, Jesus chorou. Mostrou assim que era homem e que não é mal um homem chorar.

Mas para mostrar que era Deus, mandou retirar a pedra do sepulcro. Quer também que retiremos as nossas pedras que nos prendem na morte.

Jesus ordenou e Lázaro saiu do sepulcro. Seremos nós mais surdos do que um morto?

 Basta acreditar em Jesus Cristo que é ressurreição e vida e nos promete não ficarmos na morte.

 

O caminho de Maria foi desejado por Deus logo que o homem pecou ao desobedecer e comer do fruto da árvore da Vida. Logo aí o Senhor prometeu enviar o Seu Filho a fim de redimir a humanidade;

O caminho de Maria concretizou-se no momento da sua concepção como dom especial de Deus ao isentá-la do pecado original;

O caminho de Maria foi pavimentado na Santa Família de Nazaré. Ela nasceu numa família temente a Deus e que certamente deu provas concretas de que seriam dadas todas as condições de criar e educar aquela jovem, não apenas no aspecto de saúde, mas essencialmente no da educação religiosa e moral, em que Santa Ana e S. Joaquim foram verdadeiros cantoneiros, florindo as bermas, limpando valas, varrendo as pedras e impurezas que lá caíssem, conservando os sinais de trânsito através do ensino da Lei de Moisés, e ensinando que o melhor meio de transporte é a humildade / simplicidade;

No caminho Maria teve um companheiro de viagem que era discreto, calado, vigilante e que soube também escutar a Palavra de Deus e aceitá-la – José, seu esposo;

O caminho de Maria mostrou uma bifurcação onde era necessário optar pela saída certa. O sinaleiro foi o anjo Gabriel que desafiou Maria a seguir para o paraíso embora a entrada fosse um túnel encoberto. Como modelo do crente foi preciso crer, confiar e consentir. O Sim de Maria foi como que a outorga da Nova Aliança em que Deus se fez homem e que assim nos abriu à esperança da ressurreição.

Quando o anjo a saudou, Maria ficou perturbada pois não estava à espera de receber aquela honra divina. Qualquer donzela de Israel sabia que a profecia se havia de cumprir mas estavam por resolver várias questões: Quem, como, onde, quando…

- Quem: Foi Maria a escolhida pois a sua vida era transparente, cheia de graça transbordante mercê da mão protectora de Deus, isentando-a do pecado original, mas também da sua própria vontade de aceitar a Deus como seu único refúgio e sumo bem;

- Como: Apoiada na confiança inculcada desde pequena, Maria consente. Através deste Fiat, dado tão conscientemente ao perceber que era essa a vontade de Deus;

- Onde: No meio do Povo escolhido e da descendência de David, no recolhimento do seu quarto, no amago da oração de entrega total;

- Quando: Na plenitude dos tempos, no seguimento dos anúncios transmitidos pelos profetas da vinda do Messias e depois da tomada de consciência por aquele povo, sofrido e que sabia ser pecador, de que havia Vida para além da morte.

Será esta anunciação do anjo a Maria uma das marcas mais relevantes da história da salvação. Com este Sim de Maria Jesus encarna, passa a estar connosco. A humanidade é elevada até Deus pois Jesus é verdadeiramente homem e verdadeiramente Deus.

O caminho de Maria com este acto de fé e de entrega deixa de ser uma estrada secundária, camarária, de macdame, e passa a ser um itinerário principal, uma estrada real.

O caminho de Maria não é particular, egoísta, fechado, mas é aberto aos outros. Logo que o anjo lhe diz que sua prima Isabel, já idosa, estava no sexto mês e por isso precisaria de ajuda ela decide ir em seu auxílio. Não teme o cansaço de subir à montanha, não teme os malfeitores, disponibiliza-se de imediato sem fazer contas à sua vida. Isto porque aprendeu desde pequena a:

- Estar atenta: tem o discernimento de perceber os sinais para servir de mãos ao Senhor;

- Saber ouvir a voz de Deus que é suave e silenciosa;

- Ser prática e concreta naquilo que faz, arregaçando as mangas e sem grandes conversas;

- Ser alegre, testemunhando e exultando no louvor permanente a Deus;

- Ser meiga e ternurenta através do amor que põe no que faz;

- Saber dar gratuitamente pois percebe que a sua obra é de Deus;

- Ser discreta, de modo que não faz alarido das suas acções, antes mostra que a mão direita não deve saber o que faz a esquerda.

O caminho de Maria passa pelo desconforto de não ter um quarto na estalagem, uma parteira diplomada a assistir ao parto, um enxoval bordado para o Menino recém-nascido. Passa por uma gruta simples, pobre, onde se pôde admirar como aqueles pastores foram convocados para darem glória a Deus pelo nascimento do Menino ou como aqueles magos terão sabido pela estrela que os encaminhou para aquele descampado. Terá passado pela surpresa ao ver como Simeão anunciou o Messias ou percebido o risco das espadas profetizadas por Ana. Terá chorado ao saber da matança dos inocentes como os primeiros mártires a testemunharem o Salvador. Passou pelos riscos dos refugiados e migrantes que não sabem o que é o dia de amanhã numa terra estranha, uma estrada desértica, agreste e pouco apetitosa;

O caminho de Maria passa muitas vezes pelo Templo, numa entrega permanente e contínua do seu Filho a Deus, sem perceber mas guardando tudo no seu coração. Passa pelo drama dos pais que perdem os filhos, mostrando como se devem procurar, com preocupação mas sobretudo com esperança em Deus.

O caminho de Maria terá passado pela perda do marido, pelos altos e baixos da vida, pelo acompanhamento do seu Filho, umas vezes com preocupação, outras com alegria de discípula quando se apercebeu de quem se tratava e da Sua missão.

O caminho de Maria passou, inegavelmente, pelo Calvário. As Suas dores foram espadas afiadas, diferentes das dores anteriores por ter aqui as mãos atadas e não conseguir livrar Seu Filho. Não sabia ainda que a nossa salvação teria de passar por aquela paixão e morte de Jesus. Ficou de pé junto à Cruz e aí se apercebeu da Sua nova missão: Mulher, eis aí o teu filho! E Jesus disse ao discípulo: Eis a tua Mãe!

O caminho de Maria fez-se em Igreja. Estava com os apóstolos no cenáculo e com eles recebeu o Espírito Santo. Acompanhou João no seu apostolado e adormeceu em paz sendo assumpta ao céu pois não poderia sofrer corupção aquele primeiro sacrário.

Desde sempre a Igreja A assumiu como sua Mãe e modelo, tomando-A como intercessora nos momentos difíceis porque passou ao longo da história. Declarou-A desde logo como Mãe de Deus e como tal colocou-A em primeiro lugar entre todos os cristãos, mas também a declarou Imaculada na Sua Concepção e Assumpta ao Céu em corpo e alma.

O caminho de Maria passa de um modo profundo por Portugal:

- desde o nosso primeiro rei A tomar como padroeira em Guimarães na Igreja de Nª Sª da Oliveira;

- do rei D. João I Lhe dedicar o mosteiro de Nª Sª da Victória, em Aljubarrota e o Condestável a venerar de um modo tão especial que A representou no seu estandarte e mandou edificar o templo que dedicou a Nossa Senhora da Conceição, em Vila Viçosa;[1]

- dos lentes da universidade de Coimbra a jurarem na Sua Imaculada Conceição;

- do rei D. João IV a proclamar rainha de Portugal;

- dos bispos portugueses A terem elegido como patrona das suas catedrais…

E Maria, reconhecendo esta devoção nacional quis vir pessoalmente a Fátima pedir-nos para rezarmos o terço como arma infalível contra o demónio que vagueia pelo mundo.

Maria quer que a acompanhemos neste caminho pelo que nos pede oração e penitência pelos pobres pecadores. Saibamos abrigar-nos no Seu Coração Imaculado para que estejamos salvos no Sagrado Coração de Jesus.

Dou graças a Deus pelo dom da Vida, pelos meus Pais, Avós, Irmãos e também pela minha Mulher , Filhas e Netos. Mas também bendigo a Maria que sempre me quis acompanhar no meu próprio caminho, logo porque fui baptizado perante a imagem peregrina de Nª Sª de Fátima na sua peregrinação a Évora em Dezembro de 1947, com o nome de Nuno de Santa Maria, e me confortou e fortaleceu ao longo de toda a vida, tendo eu provas concretas da Sua protecção em momentos mais sombrios da minha história.

Desafiou-me para ser cavaleiro da Imaculada, servita de Fátima, escravo de Jesus através do Coração de Maria e confrade nesta Régia Confraria de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa. Tenho confiança na continuação da Sua protecção pois conheço bem as minhas fragilidades e sei que só com o Seu auxílio poderei ser um cristão adulto deste tempo.

Sonhador que sou

Eu sonhei um dia

Que era marinheiro.

Para onde é que iria?

 

Largava para longe,

Que só Deus sabia,

E buscava, alegre,

Alguém para Guia.

 

A ver se encontrava,

Todos inquiria.

Em névoa suave

Alguém me sorria…

 

Tateei na névoa…

… Encontrei Maria.[2]

 

Com Maria, em Maria e por Maria espero poder continuar e defender a Santa Igreja, submetendo-me em tudo às indicações do Santo Padre e do meu Bispo. Que Ela seja sempre o meu modelo a seguir.

Deste modo juro vassalagem perpétua a Maria como minha Mãe, Senhora e Rainha, pedindo-Lhe que me proteja neste voto pois sei quão fraco sou e mais Lhe peço que, no final da minha vida, me venha buscar e me conduza ao paraíso.

 

Na Anunciação do Anjo, Aceitação de Maria e Encarnação de Jesus, no Ano da Graça de 2017, no centenário das aparições de Nª Sª em Fátima,

 

 

Nuno Álvares de Santa Maria de Sá Potes Cordovil

 

  [1] iniciando as obras em 1384, o primeiro templo assim consagrado no Ocidente  e de ter criado a Regia Confraria de Nossa Senhora da Conceição de Vila Viçosa, em 1385,;

[2] (29Mar1994)  Em diáspora familiar, durante a Peregrinação a Tuy e Pontevedra, Domingo de Ramos, incluído na minha carta de compromisso para Servita.

 

 

Hoje, 25 de Março, celebrámos a Encarnação de Deus no seio virginal de Maria. Agradeçamos-Lhe por nos ter dado o Emanuel, o Deus connosco.

No Domingo passado vimos como Jesus nos quer dar água viva e hoje ficamos cientes de que Ele é a Luz e nos guia por sendas direitas.

Se vivermos nEle também nós reflectiremos  a Sua Luz e poderemos iluminar o mundo denunciando o pecado e afastando as trevas da maldade, da injustiça e da mentira. 

 

1ª leitura: do Primeiro Livro de Samuel                                      1Sam 16, 1b. 6 – 7. 10 – 13ª

Nesta leitura devemos atender em dois pontos:

1º O Senhor ensina-nos a não olharmos às aparências mas a vermos o coração;

2º A unção do profeta fez com que o Espírito do Senhor se apoderasse de David.

Também nós, no baptismo, fomos ungidos. Deixamo-nos iluminar pelo Espírito Santo?

 

2ª leitura: da Epístola aos Efésios                                                                  Ef 5, 8 – 14

S. Paulo convida-nos hoje a despertarmos do nosso comodismo e a vivermos como filhos da luz pondo em evidência os seus frutos de bondade, de justiça e de verdade.

Poderá ser que tenhamos assim de ser politicamente incorrectos ao denunciar as obras das trevas. Teremos coragem?

 

 

3ª leitura: do Evangelho segundo S. João                               Jo9, 1. 6 – 9. 13 – 17

Jesus curou aquele cego de nascença que ficou a ver.

Mas a principal visão que este ganhou foi a Fé, talvez não no momento em que se lavou e começou a ver fisicamente, mas depois de ter sido confrontado pela hipocrisia dos fariseus e ao responder à pergunta de Jesus com um sincero: Eu creio, Senhor.

 

Deus é Omnipotente e Omnipresente. Deus é Pai e Senhor. Tem capacidade para resolver tudo, sabe tudo e está sempre disposto a ajudar.

Mas Deus quer dar liberdade de escolha ao homem pelo que deseja escutar a voz dos necessitados com os seus pedidos. Não é que o Senhor não conheça as necessidades mesmo antes que o homem peça, mas é importante que este se aperceba da sua incapacidade e sinta esse auxílio divino como um dom e não como uma obrigação.

 

1ª leitura: do Livro do Êxodo                                     Ex17, 3 – 7

Poderia o Senhor mandar abrir um poço, mas isso levaria a pensar que a água encontrada era apenas fruto do esforço humano para cavar.

 Manda Moisés bater com a vara na rocha e logo sai água. Fica assim bem clara a dádiva de Deus que está presente e conhece as necessidades.

Quantas vezes pomos nós, também, o Senhor à prova?

 

2ªleitura: da Epístola aos Romanos                            Rom 5, 1 -2. 5 -8

Jesus deu a Sua vida por nós quando ainda eramos pecadores. Teremos nós capacidade de nos sacrificarmos pelos outros, para O imitarmos?

O Espírito Santo ensina-nos como é grande o Amor de Deus por nós.

 

 

3ª leitura: do Evangelho segundo S. João                   Jo 4, 5 -15. 19b – 26. 39ª. 40 – 42

Este diálogo entre Jesus e a samaritana é formidável.

Jesus tem sede e pede água para beber mas apresenta-se como Messias que quer matar a sede espiritual daquela mulher (que somos cada um de nós).

Conseguiremos alcançar a fé daqueles samaritanos que O confessam como Salvador do Mundo?

 

Neste segundo Domingo da Quaresma a palavra convida-nos a caminhar. Um caminho dirigido por Deus e que nos levará à salvação. Se estivermos atentos à Sua Palavra não nos perderemos certamente e seremos felizes.

Esperamos, Senhor, na vossa misericórdia!

 

1ª leitura: do Livro do Génesis                                                                      Gn 12, 1 – 4ª

Abrão era só mais um dos normais cidadãos de Ur.

A única diferença é que ele foi tocado por Deus e abriu-Lhe o seu coração. Acreditou num Deus que lhe prometeu uma descendência e uma terra.

Partindo, como o Senhor lhe ordenara, iniciou o caminho da Aliança.

 

2ª leitura: da Segunda Epístola de S. Paulo a Timóteo                       2Tim1, 8b – 10                      

S. Paulo ensina-nos que Deus nos quer chamar à santidade.

As nossas obras, que nos aplainam esse caminho, são fruto do amor infinito de Jesus por nós e da correspondência que Lhe dermos.

 

3ª leitura: do Evangelho segundo S. Mateus                           Mt 17, 1 - 9    

Estamos perante uma teofania de Jesus através da Sua Transfiguração.

Que bom é estarmos aqui!”, diz Pedro em êxtase.

Também cada um de nós é convidado hoje a saborear a presença do nosso Deus, na oração e na Eucaristia.

No entanto Jesus quer descer connosco do monte, para o meio dos outros, dos que O não conhecem.

 

Entrámos na Quaresma, um tempo ainda mais favorável à conversão.

Esta conversão não pode ser apenas de palavras deitadas da boca para fora mas sentida no nosso coração.

Será através da penitência, da esmola e da oração que poderemos libertarmo-nos do nosso egoísmo e compreendermos que somos criaturas de Deus e não pequenos deuses. Há que fazer a Sua vontade e não a nossa.

Pedindo perdão ao Senhor pelo nosso pecado, confirmamos o desejo de mudarmos de vida.

 

1ª leitura: do Livro do Génesis                                                                      Gen 2, 7 - 9; 3, 1 - 7

Foi o desejo de se tornarem independentes da vontade de Deus que levou Adão e Eva a desobedecerem ao aviso para não comerem do fruto de uma única árvore. A serpente deturpou o sentido desse aviso e o homem deixou-se enganar.

Não estarei eu, hoje, também com vontade de ‘abrir os olhos’ mesmo sabendo que assim fecho o coração?

 

2ª leitura: da Epístola de S. Paulo aos Romanos                                            Rom 5, 12. 17 - 19

S. Paulo compara o desejo de Adão em se fazer semelhante a Deus com a vontade de Jesus em que os homens se assemelhem a Si, pela Sua humildade.

Se o primeiro trouxe o pecado ao mundo, o segundo conseguiu, pela Sua obediência, a justiça para a humanidade.

 

3ª leitura: do Evangelho segundo S. Mateus                                      Mt 4, 1 -11

Ao ser tentado, Jesus quer mostrar-nos como também nós podemos repudiar o maligno se nos apoiarmos firmemente na Palavra de Deus.

Escutemos com atenção pois estas tentações recaem todos os dias sobre nós.