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decordovanaturais

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Ainda há dias alguém dizia que está na moda o cristianismo light, ligeiro, soft; tipo Maria-vai-com-as-outras; sem compromisso sério com Deus; que a vida é para ser levada na boa, sem azedumes nem canseiras, sem compromissos, aceitando tudo e todos.

As leituras deste Domingo vêm-nos dizer exactamente o contrário. Que é duro conformarmo-nos com a vontade de Deus, mas é bom; não são as alegrias mundanas, efémeras e passageiras que nos dão paz interior nem nos conduzem para a salvação; e não é a autossatisfação que nos satisfaz plenamente, mas será talvez a abertura ao outro e a confiança que nos dá a Igreja como mestra.

Possamos dizer com alegria: A minha alma tem sede de Vós, meu Deus.

 

1ª leitura: do Livro do profeta Jeremias                                             Jer 20, 7 – 9

Jeremias deixou-se enamorar por Deus e, atento e vigilante, denunciou a perversidade da sociedade que por isso o queria matar.

Teria sido mais fácil calar e viver tranquilo mas sentia dentro de si um fogo ardente que o não deixava ficar calado.

Não temos tanta vez vergonha de denunciar o que vemos de injusto?

 

2ª leitura: da Epístola aos Romanos                                       Rom 12, 1 – 2

Seguir Cristo é copiar os seus gestos.

São Paulo denuncia a vida libertina deste mundo que nos afasta da salvação e convida-nos a oferecermo-nos como Jesus se ofereceu por nós.

Digamos não ao pecado embora possamos dar a mão ao pecador.

 

3ª leitura: do Evangelho segundo S. Mateus                           Mt 16, 21 – 27

Os apóstolos não compreendiam que a salvação tivesse um custo e não aceitaram facilmente que Jesus apontasse o caminho da cruz como o único que conduz à libertação completa.

Seguir Jesus exige renúncia ao facilitismo, à vontade oca da paixão, requer entrega. Mas o prémio será a glória no seio do Pai, que retribuirá conforme o proceder de cada um.

 

Ao celebrarmos ontem o 21º Domingo do Tempo Comum vimos como era necessário darmos testemunho de Jesus Cristo.

Reparámos como na 1ª leitura Deus mandou dizer àquele ministro corrupto que embora quisesse fugir com os seus tesouros iria ser castigado pela sua incúria, e vimos no Evangelho, que é pela fé humilde e simples que Pedro dá testemunho de que Jesus é o Messias. Também a cada um de nós Jesus coloca a mesma questão: Quem dizes tu que Eu sou para ti?

Hoje celebramos Santo Agostinho. Um jovem que, apesar da oração incansável da mãe (Santa Mónica), andava por maus caminhos. Tantos jovens de hoje que não têm uma Mãe que reze por eles…

Sabemos que o poder da oração persistente é forte perante Deus e Agostinho converte-se pelo sacrifício e pelo exemplo abnegado desta mãe carnal mas que tinha em grande valor a salvação espiritual do Filho.

Penitencial e oração colecta

A primeira leitura que hoje nos é proposta está bem adaptada para esta celebração. São Paulo poderia ter escrito esta passagem directamente para a Igreja de Hipona onde Agostinho foi bispo.

1ª leitura – 1ª Epístola de S. Paulo aos Tessalonicenses 1, 1 – 5. 8b -10

Salmo 149

Mais uma vez temos de agradecer a Deus por esta palavra séria e dura que nos é dirigida hoje. Somos nós, cada um de nós a quem Jesus grita e chama de insensatos. Pois não baralhamos tanto a nossa fé, confundindo tanta vez as nossas ideias e prioridades? Não nos escondemos, por vezes, em aurelas de santidade mas não sabemos perdoar ou amar? Que testemunho damos nós àqueles que se cruzam connosco na rua?

 

Evangelho segundo S. Mateus 23, 15 – 22

2 minutos para partilha da palavra

 

Hoje é dia de Santo Agostinho, um dos maiores doutores e padres da Igreja.

Embora tenha passado por uma juventude talvez pouco exemplar a nível religioso, desde cedo começou a manifestar a sua erudição como jurista, professor e filósofo, tentando ser honesto na procura da verdade embora à sua maneira.

Já Sócrates propunha que o homem não é finito embora o seu corpo seja mortal. Essa sua ânsia levou-o a pensar que deveria haver um prémio para quem, durante a vida tentasse ser justo.

Agostinho foi evoluindo no seu modo de pensar desde uma juventude em que fazia o mal por lhe dar prazer – roubando peras, não porque tivesse necessidade de comida mas porque queria desfrutar o gozo de roubar – até alcançar a santidade e fazer o seu exame de consciência de toda a vida, nas suas ‘Confissões’.

Pelos 19 anos, na sua busca filosófica, aproximou-se do maniqueísmo que afirma ser o homem constituído por corpo e espírito que se debatem numa luta entre o bem e o mal. Se o homem procurasse seguir os bons princípios o espírito ficaria liberto quando o corpo morresse mas se tivesse seguido os maus princípios não se conseguiria libertar pelo que teria de reencarnar num novo corpo. Por esse caminho deambulou durante nove anos. Aliás foi esta experiência que o ajudou mais tarde, já como bispo, (a partir de 395) a refutar esta mesma ideologia gnóstica e várias heresias que foram aparecendo no seio da Igreja.

Às vezes Deus escreve direito por linhas tortas e foi este um exemplo claro. O erro que experimentou, deu-lhe o conhecimento concreto para o combater de uma forma irrefutável. É que o homem não é um pau mandado entre as forças do bem e do mal. Ele tem o livre arbítrio de escolher por onde quer ir.

É livre de escolher o bem ou de escolher o mal e o prémio será dado no julgamento final... Mas não só! A paz com que se vive, mesmo no meio de angústias e de problemas, já é um prémio em contínuo.

Combate várias heresias:

- Já desde o tempo das perseguições alguns cristãos negavam o perdão da Igreja para os apóstatas arrependidos. É necessário perceber como as pessoas renegavam a fé no momento das perseguições para tentarem salvar a vida e depois não lhes era permitido pelos cristãos voltar à Igreja pelo que muitos desesperavam por lhes faltar este apoio. Quase também a estes, Jesus podia dizer o que falou no Evangelho de hoje: hipócritas…;

 

- os donatistas – queriam que a Igreja só fosse constituída por santos pelo que não aceitavam que padres reconhecidamente pecadores pudessem ministrar os sacramentos. Ora o sacerdote só administra o sacramento em nome de Jesus Cristo pelo que, mesmo em pecado continua a ser sacerdote e é válido o seu ofício. É verdade que se pretende uma igreja de santos mas que sabem ser também pecadores;

- os pelagianos - que atribuiam exclusivamente ao homem o mérito da salvação. É fácil perceber que sendo carne contaminada pelo pecado original, o homem não consegue, sem a Graça Suficiente dada por Deus a todos, alcançar a salvação. No entanto esta Graça Suficiente tem de se tornar eficaz em cada um que a quer aproveitar. É que Deus ama o homem mas não o quer obrigar. Dá-lhe plena liberdade de escolha. Assim é importante, que recebendo a tal Graça Suficiente, o homem queira mais, queira a salvação verdadeira e para isso tem que pedir assídua e permanentemente a Graça Eficaz, isto é, o dom de perceber que só pela Oração e pela entrega total a Cristo poderemos ser salvos.

- os homeanos - que negavam o dogma cristológico. Jesus Cristo é verdadeiramente Deus e assume duas naturezas: a divina e a humana pelo que é também verdadeiramente Homem.

Agostinho padece imenso com a invasão dos Vândalos e pede a Deus a graça de morrer para não assistir ao sacrifício da guerra, no que foi ouvido.

Oração dos fieis

A construção do homem interior faz-se a partir da reflexão. Hoje o homem da sociedade de consumo pensa apenas no seu próprio reflexo, numa imagem de egoísmo. “O homem não encontra a Verdade. A Verdade é que se deixa encontrar pelo homem” (Sto Anselmo). O amor é tudo e a amizade mede-se na partilha.

 


Vida de Santo Agostinho

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nasce em Tagasta - Norte de África - hoje Annaba - Argélia

 

Lê Cícero e torna-se filósofo

Converte-se à ideologia maniqueista

Converte-se ao cristianismo e pede o baptismo.                                                                                   A sua Mãe morre.

É monge durante 3 anos

Vai para Hipona a pedido do bispo Valério

 

Eleito bispo de Hipona

 

Combate várias heresias:                                                                                   os donatistas - negavam o perdão da Igreja para os apóstatas arrependidos, os pelagianos - que atribuem exclusivamente ao homem o mérito da salvação e         os homeanos - que negam o dogma cristológico.

Morre.     Invasão do norte de Africa pelos Vandalos

     
     
     
     
     
             
             
             
             

 

Vejamos como ele respondeu a Jesus:

‘Confissões’ X, 27.

Pai Nosso, ritos da comunhão e final

 

Se Agostinho vivesse hoje talvez pudesse dizer com Luiz Cordovil “Serei eu simples momento?” (Credo Volo- Anseios de Alma)

 

Há várias formas de dar testemunho de Jesus, seja pela pregação, pelo exemplo concreto das acções, com palavras bem elaboradas ou através de outro tipo de arte.

Neste momento ouvimos relatos heroicos de presos ou de pessoas que oferecem a sua vida conscientemente pela defesa da Verdade, mas verificamos como também muitos são hoje massacrados sem o desejarem, fruto da injustiça que pretende desgovernar o mundo.

O verdadeiro testemunho implica uma entrega de coração que seja sincera mas exige também a coragem para perdoar mesmo a quem o não merece. Isto só é possível com ajuda de Deus que dá a força necessária.

Por vossa misericórdia, não nos abandoneis, Senhor!

 

 

1ª leitura: do Livro do profeta Isaías                                      Is 22, 19- 23   

Ai do corrupto que só pensa no seu interesse e esquece o outro. Esse será castigado pelo Senhor.

O profeta denuncia o mau comportamento de um político que foge da sua responsabilidade. O Senhor dará aquele cargo a um servo bom e fiel, que seja digno.

 

 

2ª leitura: da Epístola de S. Paulo aos Romanos                                Rom 11, 33 – 36

São Paulo glorifica o Senhor pela Sua grandeza.

Saberemos nós louvar a Deus com alegria?

 

 

3ª leitura: do Evangelho segundo S. Mateus                           Mt 16, 13 – 20

Não é a ciência ou a erudição que nos indicam o caminho para Deus.

É certamente pela Fé humilde que mais claramente se descobre onde está O Senhor.

E o prémio para esta descoberta é a Paz e a certeza de alcançar a Vida eterna.

 

Deus ama todos os homens e a todos quer dar a graça da salvação.

É verdade que se manifestou concretamente a Abraão e à sua descendência, mas desde sempre a promessa foi dirigida para todos os povos.

Se o filho da carne é carnal, o filho do espírito é espiritual.

Através da nossa aceitação de Jesus Cristo na nossa vida, tornamo-nos co-herdeiros da Sua salvação. Basta a Fé!

Os povos Vos louvem, ó Deus, todos os povos Vos louvem!

 

1ª leitura: do Livro do Profeta Isaías                                      Is 56, 1. 6 – 7

A Montanha Santa do Senhor é uma casa de oração para todos os povos porque todos os homens aí têm lugar assegurado desde que o queiram, cumprindo a Lei de Deus e pondo-a em prática.

 

2ª leitura: da Epístola de S. Paulo aos Romanos                                Rom 11, 13 – 15. 29 – 32

Jesus veio para os seus mas eles não O reconheceram.

Ao contrário, houve muitos gentios que O aceitaram como Messias.

A graça e a misericórdia de Deus estão ao alcance de quem se converter à Sua mensagem.

 

3ª leitura: do Evangelho segundo S. Mateus                           Mt 15, 21 -28

O diálogo de Jesus com os apóstolos e com a cananeia parece desconcertante. Será que defende a sobremacia dos judeus, desprezando de modo particular os cananeus?

De modo algum! Pegou, é certo, no modo de pensar de muitos judeus mas tão só para lhes mostrar como estavam enganados.

Era necessária aquela proclamação de fé da mulher para Jesus poder declarar a todos quão grandes são o poder da oração e da humildade.

17 Ago, 2017

Fátima, o filme

Foi apresentado, dentro do programa cultural da Câmara Municipal de Évora “Artes à rua”, o recente filme “Fátima”, de João Canijo, descrevendo uma peregrinação a pé desde Vinhais, em Trás-os-Montes.

Considero um bom documentário sobre as vicissitudes do caminho mas uma caricatura com linguagem demasiado boçal e brejeira e com uma cena de um banho de puro e gratuito visionismo em que um grupo de mulheres mostra o sacrifício da caminhada de cerca de 400 km em nove dias, com os problemas relacionais que vão acontecendo ao longo do percurso.

Vendo apenas este filme não encontraria qualquer encanto ou desejo de efectuar uma peregrinação semelhante.

O texto não retrata de modo algum o clima de oração e espiritualidade que se alcança, tanto individual como a nível de grupo, numa experiência a sério deste género.

A cena da chegada ao Santuário, que é sempre emotiva mas um ponto importantíssimo no culminar de todo o sacrifício, não espelha suficientemente o climax com o agradecimento à Virgem pela ‘vitória’ de ter chegado e muito menos o recolhimento íntimo que se alcança neste momento em que a dor se sublima em alegria e bênção numa atitude de conversão.

Lamento pelo desaproveitamento da visão espiritual pois parece ter sido dado o enfoque apenas na gestão de problemas de interacção do grupo, numa perspectiva aliás bastante real e bem conseguida.

Poderá ser no entanto um belíssimo workshop sobre problemas de liderança e inter-relacionamento dentro de um grupo e servir de estudo de caso por possíveis organizadores deste tipo de eventos.

Teria sido muito melhorado se enriquecido por algum diálogo sobre a consciencialização de que o sacrifício pode ser encarado de um modo positivo, em proveito próprio ou de terceiros por quem se ofereça a Deus.

Recordei a minha Mãe que por mais de oitenta vezes fez a caminhada de Évora a Fátima, conduzindo com humildade e muita fé, algumas pessoas que ainda hoje sentem esse momento especial nas suas vidas.

 

Estamos em pleno mês de Agosto em que as pessoas gostam de descansar da sua actividade normal. É importante perceber como aproveitar este tempo para nos encontrarmos mais intimamente com Deus que nos ama.

Podemos, com o salmista dizer: mostrai-nos o Vosso amor, dai-nos a Vossa salvação. Este grito só será honesto se de facto tivermos confiança no Senhor.

 

1ª leitura: do Primeiro Livro dos Reis                                     1Rs 19, 9. 11-13

Elias anda à procura do Senhor que vai ao seu encontro.

Será no cimo do monte, sinal de oração e de intimidade; esperará numa gruta que é sinal de interioridade.

Não será com ruído nem com grandes prodígios que Deus se manifesta. É como a brisa suave, que consola e inebria.

 

2ª leitura: Epístola de S. Paulo aos Romanos                         Rom 9, 1 – 5

São Paulo de modo algum quer fugir de Cristo mas mostra pelo absurdo o quanto quer salvar o povo da Aliança.

Estas palavras são destinadas hoje a cada um de nós que tantas vezes não aceitamos o compromisso do nosso baptismo.

 

3ª leitura: do Evangelho segundo S. Mateus                           Mt 14, 22 -33

Jesus desafia-nos a seguir para o outro lado. Teremos coragem para entrarmos no barco?

Os discípulos tiveram medo e gritaram. O Senhor disse-lhes para não temerem.

Pedro assustou-se mas Jesus deu-lhe a mão para o segurar.

Também nós somos desafiados a depositar toda a confiança no Filho de Deus.

 

A festa que hoje celebramos é muito importante para o povo cristão pois nos dá a imagem da divindade de Jesus Cristo.

O Senhor, ao longo da Sua vida na Terra, mostrou-Se sempre com a humildade que deseja nós imitemos, percebendo a importância da Sua entrega na Paixão e na morte através da qual alcançou a ressurreição.

Na cena que hoje nos é dado reflectir Ele mostra-Se tal como é, na Sua glória. Também nós, como os apóstolos, saboreando este esplendor, desejaremos dele não mais sair.

Mas para alcançarmos definitivamente esta realidade teremos de continuar a percorrer os trilhos por vezes difíceis deste mundo mas com a esperança de que ganharemos a vida eterna com Jesus que nos precede pois a justiça e o direito são a base do Seu trono.

 

1ª leitura: da Profecia de Daniel                                Dan 7, 9 – 10. 13 – 14

Daniel antevê esta exaltação do filho do homem a quem é dado o poder eterno.

Vemos nós, em Jesus, este juiz que nos julgará por tudo quanto fazemos?

 

2ª leitura: da segunda epístola de S. Pedro                 2 Ped 1, 16 – 19

São Pedro é testemunha concreta da majestade de Jesus Cristo enquanto Filho muito amado de Deus.

Aconselha-nos a darmos a devida atenção à palavra dos profetas que O anunciam.

 

3ª leitura: do Evangelho segundo S. Mateus               Mt 17, 1-9

Era importante que antes da humilhação da cruz, os apóstolos tivessem a certeza da grandeza de Jesus enquanto o Cristo.

Foi apenas para nos dar esta garantia que o Senhor se mostrou no seu esplendor.

Também a Igreja, dando provas de humildade e de sacrifício nos encaminha para a salvação eterna.