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decordovanaturais

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Faço um pequeno apontamento relacionando o salmo 51 (de David, quando o profeta Natan veio ao seu encontro, depois de se ter unido com Betsabé) com a Audiência Geral de 3Dez2008, do Papa Bento XVI.

 

Se é verdade que nunca deveríamos tratar o pecado de Adão e da humanidade separando-os do contexto salvífico, isto é, sem os incluir no horizonte da justificação em Cristo (AG3Dez2008) não é menos verdade que cada homem sabe que deve fazer o bem e intimamente até o quer fazer, mas ao mesmo tempo, sente também o outro impulso para fazer o contrário…sabendo que assim age contra o bem.

Este conhecimento não é, de modo algum, uma desculpa global. O homem sabe que ao fazer o contrário do bem está a ofender a Deus e, de certo modo, a cortar a ligação entre ambos. O pecado é como que um corte numa veia que, ao secar, gangrena o membro ferido. Vimos muitas vezes ter que se amputar os dedos, os pés ou as pernas de diabéticos, mas se essa ferida conseguir ser desinfectada e curada poder-se-á repor a ligação e recuperar o membro. Ora o pecado, semelhante a esta ferida, pode ser também curado através do arrependimento sincero: Tende piedade de mim, Senhor, segundo a Vossa misericórdia, segundo a Vossa grande misericórdia, apagai os meus pecados (Sl 51, 3) e o remédio será a penitência, David orou ao Senhor pelo menino; jejuou e passou a noite em sua casa prostrado por terra, vestido de saco (2Sam 12,16) a fim de receber o perdão de Deus. Sentindo a justificação, tem de agradecer a misericórdia e entender o amor de Deus: Então David levantou-se do chão, lavou-se, perfumou-se, mudou de roupa e entrou na casa do Senhor para O adorar. De volta a sua casa, mandou que lhe servissem a refeição e comeu. (2Sam 12, 20) ou, como diz no salmo Aspergi-me com um ramo de hissopo e ficarei puro, lavai-me e tornar-me-ei mais branco que a neve. Concedei-me ouvir o gozo e a alegria para que exultem estes ossos que triturastes. (sl 51, 9-10).

O salmista desculpa-se de certo modo, como se o pecado, esta ‘segunda natureza’ faz sobressair o mal como normal para o homem (AG3Dez2008) justificando-se: Eis que eu nasci na culpa, e a minha mãe concebeu-me no pecado (Sl 51,7).

O homem, uma vez tocado pelo conhecimento de Deus, purificado do pecado das origens pelo Baptismo é atingido pelo desejo de redenção, de que o mundo seja mudado e seja criado um mundo de justiça, de paz e de bem, que haja uma libertação da contradição que experimentamos em nós próprios (cf   AG3Dez2008) e então diz, como David: Ó Senhor, criai em mim um coração puro, e renovai ao meu interior um espírito recto. Não me afasteis da Vossa presença nem me priveis do Vosso santo espírito. Restituí-me a alegria da Vossa libertação, e sustentai-me com um espírito generoso. Então, ensinarei aos iníquos os Vossos caminhos, e converter-se-ão a Vós, os pecadores. (Sl 51, 12- 15)

O mal vem de uma liberdade criada, de uma liberdade abusada. (AG3Dez2008), liberdade essa que não é desejada por Deus mas pelo nosso egoísmo, vaidade, soberba, inveja… e por isso temos de, com humildade perceber que pelo nosso poder não nos conseguimos livrar do mal sozinhos, pedindo: Livrai-me, Senhor, das acções sanguinárias. Deus da minha salvação, a minha alma cantará a Vossa providência (Sl 51, 16).

Como diz o Papa Bento XVI, o homem não só é curável, de facto está curado pois Jesus, ao padecer e dar a vida por cada um de nós já nos curou dos nossos pecados e ao ressuscitar ofereceu-nos a promessa da salvação. David resume assim: Fazei o bem a Sião, na Vossa benevolência; reedificai os muros de Jerusalém. (Sl 51,20).

Será na Nova Jerusalém que descansaremos eternamente. Amen.

Os textos contendo as promessas de Deus a Abraão são quatro e vão-se completando de forma harmoniosa:

  1. Gn 12, 1-4 É a voz de um Deus diferente dos deuses locais pois não era figurado por qualquer estatueta mas tinha o poder de se fazer ouvir por Abrão, dizendo-se único, e desafiando-o a sair da sua terra e a ir para a terra que Ele lhe iria indicar. Farei de ti um grande povo, abençoar-te-ei, engrandecerei o teu nome e serás uma fonte de bênçãos…E todas as famílias da terra serão em ti abençoadas. (Gn12, 2. 3b). E ele foi, porque acreditou, levando seu sobrinho Lot;
  2. Gn 15, 1-21 Não temas, Abrão! Eu sou o teu escudo, a tua recompensa será muito grande. É sem dúvida uma promessa do Senhor mas que cria uma dúvida: Que me dareis, Senhor Deus? Vou-me sem filhos e o herdeiro da minha casa é Eliezer, de Damasco… (Gn 15, 1b- 2). É uma dúvida dolorosa na medida em que parece oca por não incluir uma descendência carnal, a única que queria ter. Mas logo de seguida vem esta confirmação: Não é ele que será o teu herdeiro, mas aquele que sairá das tuas entranhas. (Gn 15,4). Abrão confiou no Senhor, e o Senhor outorgou-lhe isso como mérito (Gn 15,6). Abrão já conhecia o Senhor e também ele tinha confiança, mas a idade era avançada e punha em dúvida o Como? E Deus quis selar um pacto com Abrão para confirmar a Sua promessa. O ritual implicava um sacrifício animal e tudo foi preparado. Abrão esperou! Ao pôr do sol, apoderou-se dele um sono profundo; ao mesmo tempo, sentiu-se apavorado e foi envolvido por densa treva (Gn 15, 12). O Livro esclarece que as aves de rapina desceram sobre as carnes mortas mas Abrão afugentou-as (Gn 15, 11) significando também que queria afugentar os maus pensamentos, como nós devemos estar sempre alerta para limpar as nossas tentações. Este sono profundo e esta treva em que se vê envolvido mostra-nos que não é com as nossas capacidades mas pela iniciativa singular de Deus que o fogo passou entre as metades dos animais, que passa constantemente nas nossas vidas e estas trevas que o envolvem não são diferentes da Paz que o Senhor infunde em nós, quando nas nossas crises não sabemos como dar respostas concretas. O Senhor selou a Aliança com Abrão: Dou esta terra à tua descendência desde o rio do Egipto, até ao grande rio, o Eufrates… (cf Gn 15, 18b – 21). Um descendente nasceu, não da esposa mas da escrava, não pelo dom subtil de Deus mas por um esforço de Abrão e de Sarai para resolver o problema. Não significa que fosse ilegal, para a época estava nos conformes e poder-se-ia dizer que estava cumprido o acordo, sendo dado como nome à criança Ismael, que significa Deus ouve;
  3.  Gn 17, 1-8 Estabeleço uma aliança contigo e com a tua posteridade, de geração em geração; será uma aliança eterna, em virtude da qual Eu serei o teu Deus e da tua descendência. Dar-te-ei, a ti e à tua descendência depois de ti, o país em que resides como estrangeiro, toda a terra de Canaã, em possessão eterna, e serei o teu Deus. (Gn 17, 7-8). Esta promessa tem vários pontos muito importantes a focar:
  4. O primeiro é que dá-lhe um novo nome e Abrão passa a chamar-se Abraão, que significa pai de muitos povos. Esta alteração é uma confirmação das promessas anteriores mas um sinal de que muitos povos que têm Abraão como Pai adoram o único Deus, talvez com nomes diferentes, talvez de forma ligeira: Acredita-Me, mulher, vai chegar a hora em que nem neste monte, nem em Jerusalém, adorareis o Pai… Mas vai chegar a hora, e já chegou, em que os verdadeiros adoradores hão-de adorar o Pai em espírito e verdade, pois são esses adoradores que o Pai deseja (Cf Jo 4, 20 – 24). Esta citação é muito importante para mim pois faz-me ver como ‘irmãos’ os judeus, os muçulmanos, os ortodoxos ou os protestantes e tenho de confessar que por vezes a minha pouca fé dá menos mostras de amor a Deus do que a deles. Bem sei que Jesus também disse, num consolo aos apóstolos um pouco atónitos com a percepção de que Jesus os ia deixar Na casa de Meu Pai há muitas moradas. Se assim não fosse, ter-vo-lo-ia dito, pois vou preparar-vos um lugar (cf Jo 14, 1- 11). Eu espero ter entrada neste lugar preparado para mim com todo o amor e que por vezes, sinto não merecer, mas não posso afirmar que Jesus não arranje também lugar para outros, que talvez até nem O conheçam ou O desprezem, desde que de consciência limpa;

2.O segundo ponto é que a aliança não é só com Abraão mas com a tua posteridade, de geração em geração  e então o compromisso no seu cumprimento de O ter como seu Deus, passa também a ser de nossa obrigação, daqueles que aceitam esta aliança. E nesse caso deverão todos assumir com respeito o sinal da circuncisão, não uma ablação carnal mas a que é do coração, segundo o espírito, não segundo a letra (cf Rom 2, 29). E, tal como muitos judeus disfarçaram a sua no tempo dos macabeus, também eu, como muitos outros cristãos, muitas vezes, sinto disfarçar a minha, mais não seja, alinhando com conversas estúpidas nos cafés e entre amigos, fingindo não ser religioso;

3.Mas também Sarai se passa a chamar Sara pois Abençoá-la-ei e dela dar-te-ei um filho (Gn 17, 15). Estamos agora perante o filho da promessa, Isaac a quem, ainda antes de ser concebido já tinha o selo da bênção. Embora também abençoe Ismael É com Isaac, porém, que Eu estabelecerei a Minha Aliança, Isaac que Sara te há-de dar nesta mesma época do próximo ano. (Gn 17, 21);

  1. Gn 18, 1- 15 Quanto a mim trata-se de outra versão da promessa anterior pois parece ser simultânea Passarei novamente por tua casa dentro de um ano e nesta mesma época; e Sara, tua mulher terá já um filho (Gn 18,10). Em todo o caso acho lindo este capítulo em que vemos Abraão a ‘negociar’ com Deus a Sua misericórdia para com Sodoma e Gomorra.

Como disse acima não quero distinguir as várias promessas porque as vejo como uma única que vai sendo complementada e confirmada. Que eu saiba, em cada dia, ouvir esta voz que me chama e a quer também confirmar comigo.

Os relatos da criação do mundo apresentados em Génesis 1,1 – 2,4 e de 2,5 – 25 são semelhantes por apresentarem um único Deus Criador, Omnipotente, Omnipresente e atento às Suas criaturas, e são diferentes na forma como descrevem os passos dessa mesma criação.

O primeiro faz uma descrição das várias fases ou épocas em que se vai desenvolvendo esta acção criadora e ‘enuncia-as’ como dias de uma ‘semana’ com o objectivo de ensinar ao povo que o descanso semanal faz falta por dois motivos: reservar um tempo para oração e louvor a Deus e para recuperaras forças aos homens e animais (e até a própria natureza, ao propor o ano sabático). Também é pedagógico apresentar o ‘fazer’ do homem, à imagem de Deus, como último elemento, ou seja, como cúpula de toda a criação de que lhe deu o domínio.

Esta versão, chamada Javista por tratar a Deus por Javé, foi desenvolvida no tempo de David e de Salomão, numa época em que o povo de Israel, vizinho de vários povos que adoravam falsos deuses, se deixava facilmente desencaminhar e era importante mostrar que Israel adorava o verdadeiro Deus que tinha mostrado o Seu braço forte ao longo da história – Tudo é criado por Deus e o homem deve dominar sobre tudo, por desígnio divino.

O segundo relato (ou Sacerdotal), resumindo a restante criação e dando um enfoque especial ao homem, pois o formou do pó da terra e insuflou-lhe pelas narinas o sopro da vida e o homem transformou-se num ser vivo (Gn 2,7) mostra bem a predilecção de Deus pela humanidade, a quem insufla vida, isto é, o Seu espírito, que os restantes animais não possuem. Mas mostra também o cuidado que tem para com esta criatura, que não deseja solitária mas em comunidade, pelo que lhe dá de imediato um auxiliar semelhante a ele – a mulher, pois nenhum dos animais era auxiliar adequado, o que significa que aos olhos de Deus o homem e a mulher são semelhantes, formam uma só carne.

Esta versão da criação descrita em Gn 2, 5 -25 é redigida no tempo do exílio, para um povo desmoralizado e disperso, servindo como veículo de coesão para a Família, assente num culto divino que se apoia nessa atenção amorosa que Deus tem para com Israel, tanto nas horas alegres, de riqueza e despreocupação mas também nas tristes, tanto com os justos mas também com os pecadores, pois todos verificam que castiga o pecado mas continua a velar pelo pecador. Assim, depois de decretar o castigo à mulher e ao homem (cf Gn 2, 16 -19) o Senhor Deus fez a Adão e à sua mulher umas túnicas de peles e vestiu-os (Gn2, 21); Também depois de castigar Caim pelo crime de matar seu irmão Abel, Deus marcou-o com um sinal para que ninguém matasse Caim (cf Gn 2, 14 -16); Vemos como Deus reconhecendo que a maldade dos homens era grande sobre a terra, que todos os seus pensamentos e desejos tendiam sempre e unicamente para o mal, se arrependeu de ter criado o homem sobre a terra e o Seu coração sofreu amargamente (Gn 6, 5-6) decidiu eliminar o homem faltoso, mas tendo Noé achado graça aos olhos do Senhor  decidiu recomeçar uma nova sociedade e uma nova aliança, com a família deste a quem salvou juntamente com um casal de cada espécie animal. Vê-se nitidamente uma catequese sobre a Justiça de Deus mas onde prevalece a Sua Misericórdia; Como os homens se encheram de orgulho e soberba, pretendendo fazer-se semelhantes a Deus, foram envolvidos na confusão e dispersos sobre a terra por não se entenderem, mas ainda agora o Senhor escolheu Abrão para acordar com ele e sua posteridade uma outra aliança de amor, que não aceita sacrifícios humanos embora selada pela oferta generosa do seu filho único – Isaac, mas gérmen de uma fé absoluta que lhe transformou o nome para Abraão. A história destes primeiros patriarcas está cheia de momentos de entrega e outros de rebeldia, mas nem mesmo assim o Senhor deixa de confirmar a sua aliança com Isaac, com Jacob… Salvou o Seu povo pela mão de José que os irmãos tinham vendido, libertou-o por meio de Moisés, deu-lhe uma Lei no Sinai que por vezes foi ignorada apesar das advertências dos juízes e profetas e por isso castigada, até à nova dispersão e escravidão. É já numa altura de arrependimento que os sacerdotes e profetas voltam a anunciar o retorno e a confirmar o Amor de Deus, onde este relato é significativo.

A Justiça de Deus é suplantada pela Sua Misericórdia desde que haja arrependimento do homem.

 

O corte de relacionamento do homem com Deus provoca a falta de Esperança num futuro para além da morte. Limitado assim o arco da vida, tende-se a buscar felicidade momentânea por não fazer qualquer sentido o sofrimento, o sacrifício, a entrega ao outro, a preocupação pela sustentabilidade do mundo, ou o sentir-se só. Então o homem torna-se tão egoísta e interesseiro, com o espírito do rico que quer ter toda a riqueza no seu celeiro (cf Lc 12, 16 -21). E quando os ladrões o roubam, ou quando o fogo destruir o celeiro, ou quando o Senhor lhe pedir a alma, perdem-se todas as seguranças e a vida fica destruída.

Lembro-me de uma amiga que se matou porque tinha medo de morrer! Não conseguiu aguentar a pressão que sentia pela falta de fé. E até era uma pessoa generosa, simpática com os outros, rica, instalada na vida…Só lhe faltou a certeza na Vida eterna e por isso, quando previu que iria sofrer com um cancro que lhe foi diagnosticado, resolveu fugir à dor, acabando com a vida.

Este medo da dor, do mal e da morte só se pode remediar através da sua aceitação, considerando o Amor de Deus que concede o remédio, o Bem e a Vida. Mas para entender esta supremacia do Bem sobre o Mal é necessário ter Fé neste Deus que nos protege em cada momento e a cada um.

É através da Caridade, que o Senhor infunde em cada um de nós, que podemos ajudar os outros a encontrarem-se em paz, mesmo nestas situações de sofrimento e de dor em que é difícil encontrar razões para não ter medo.

Aprendendo a suportar o mal e até a aceitar que mesmo aí, nessa noite escura, tenebrosa porque solitária, de desespero por não haver a que se agarrar, o Senhor vela por nós e nos quer levar ao colo porque nos ama, então podemos sentir tranquilidade e paz de espírito.

Durante esta pandemia tenho verificado que há muita gente fechada em casa, num terror por poder morrer e tentam proteger-se e isolar-se de tal modo que podem não apanhar o vírus do Covid mas vivem sem vida. Por outro lado vejo profissionais de saúde que arriscam diariamente a vida para tentar dar algum conforto no sofrimento dos doentes.

Resumindo, este mistério do mal, da dor e da morte só aflige quem não tem fé suficiente para descansar mesmo nestas situações e aprender que o sofrimento pode ser remédio se associado à Paixão redentora de Cristo que nos mostra a verdadeira entrada na Vida eterna.

A minha oração é: Meu Deus, eu me ofereço para todos os sofrimentos que, na economia divina, permitas que eu sofra. Só Te peço, Senhor, que me dês força e fé para me unir, com alegria, à Vossa Paixão, na esperança que me sirva para alcançar a misericórdia da ressurreição.

David exprime, no salmo 51 uma contrição do seu pecado e mostra arrependimento mas não consegue oferecer-se como sacrifício. Ao contrário Job aceitou tudo o que sofria, dando glória a Deus: Depois, prostrado por terra, disse: Saí nu do ventre de minha mãe e nu voltarei para ele. O Senhor mo deu, o Senhor mo tirou; bendito seja o nome do Senhor! (Job 1, 21b – 22).

 

De há alguns anos ao ano passado costumo ler, na Vigília Pascal, a primeira leitura, do Livro do Génesis 1, 1 – 2,4. É sempre com muita emoção que o faço pois consigo imaginar a criação do Mundo, na forma poética como nos é apresentada, realçando a amor que Deus colocou em cada uma das suas criaturas sejam elas os astros, as forças da natureza, os reinos mineral, vegetal e animal e designadamente o Homem.

Com o ‘evoluir’ do conhecimento humano, com o iluminismo, racionalismo e outros ismos que se foram desenvolvendo nas cabeças pensadoras muito Inns, chegou-se à brilhante conclusão de que os ‘factos relatados na Biblia’ eram falsos e enganosos e que só serviam para lavar os cérebros dos pobres infelizes que nela acreditam. E essa ‘evolução’ chegou ao liberalismo de se poder caricaturar o que é sagrado para outros dando origem ou razão de alguns fanáticos se vingarem, matando. Caim também matou Abel pois não deu ouvidos ao que o Senhor lhe disse: Porque estás zangado e o teu rosto abatido? Se procederes bem, certamente voltarás a erguer o rosto; se procederes mal, o pecado deitar-se-á à tua porta e andará a espreitar-te. Cuidado, pois ele tem muita inclinação para ti, mas deves dominá-lo. (Gn 4, 6 -7). Não será só aos terroristas muçulmanos que Deus perguntará Onde está Abel, teu irmão? Penso que essa questão será também colocada aos caricaturistas e a todos os que ‘em nome da república’ acham que têm direito a pintar o que querem, pelo direito à liberdade de pensamento e expressão artística.

No meio de tantos povos politeístas, o povo hebreu aprendeu que realmente só há um Deus Criador que no Seu amor protege e quer conduzir para o conhecimento da verdade. Felizmente nasci no meio deste conhecimento pela tradição de meus Pais, Catequistas, Amigos.  Se aprendi de Jesus Cristo que devo amar os irmãos e também os inimigos, como poderei pensar neste pecado enorme da sociedade ao julgar que a liberdade individual sobressai sobre o direito do outro pensar diferente? Vejo aqui um exemplo flagrante do Pecado das Origens – pensar que somos donos da verdade e somos os senhores do mundo, esquecendo que somos criaturas miseráveis comparando à grandeza de Deus.