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decordovanaturais

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Ao celebrarmos ontem o 21º Domingo do Tempo Comum vimos como era necessário darmos testemunho de Jesus Cristo.

Reparámos como na 1ª leitura Deus mandou dizer àquele ministro corrupto que embora quisesse fugir com os seus tesouros iria ser castigado pela sua incúria, e vimos no Evangelho, que é pela fé humilde e simples que Pedro dá testemunho de que Jesus é o Messias. Também a cada um de nós Jesus coloca a mesma questão: Quem dizes tu que Eu sou para ti?

Hoje celebramos Santo Agostinho. Um jovem que, apesar da oração incansável da mãe (Santa Mónica), andava por maus caminhos. Tantos jovens de hoje que não têm uma Mãe que reze por eles…

Sabemos que o poder da oração persistente é forte perante Deus e Agostinho converte-se pelo sacrifício e pelo exemplo abnegado desta mãe carnal mas que tinha em grande valor a salvação espiritual do Filho.

Penitencial e oração colecta

A primeira leitura que hoje nos é proposta está bem adaptada para esta celebração. São Paulo poderia ter escrito esta passagem directamente para a Igreja de Hipona onde Agostinho foi bispo.

1ª leitura – 1ª Epístola de S. Paulo aos Tessalonicenses 1, 1 – 5. 8b -10

Salmo 149

Mais uma vez temos de agradecer a Deus por esta palavra séria e dura que nos é dirigida hoje. Somos nós, cada um de nós a quem Jesus grita e chama de insensatos. Pois não baralhamos tanto a nossa fé, confundindo tanta vez as nossas ideias e prioridades? Não nos escondemos, por vezes, em aurelas de santidade mas não sabemos perdoar ou amar? Que testemunho damos nós àqueles que se cruzam connosco na rua?

 

Evangelho segundo S. Mateus 23, 15 – 22

2 minutos para partilha da palavra

 

Hoje é dia de Santo Agostinho, um dos maiores doutores e padres da Igreja.

Embora tenha passado por uma juventude talvez pouco exemplar a nível religioso, desde cedo começou a manifestar a sua erudição como jurista, professor e filósofo, tentando ser honesto na procura da verdade embora à sua maneira.

Já Sócrates propunha que o homem não é finito embora o seu corpo seja mortal. Essa sua ânsia levou-o a pensar que deveria haver um prémio para quem, durante a vida tentasse ser justo.

Agostinho foi evoluindo no seu modo de pensar desde uma juventude em que fazia o mal por lhe dar prazer – roubando peras, não porque tivesse necessidade de comida mas porque queria desfrutar o gozo de roubar – até alcançar a santidade e fazer o seu exame de consciência de toda a vida, nas suas ‘Confissões’.

Pelos 19 anos, na sua busca filosófica, aproximou-se do maniqueísmo que afirma ser o homem constituído por corpo e espírito que se debatem numa luta entre o bem e o mal. Se o homem procurasse seguir os bons princípios o espírito ficaria liberto quando o corpo morresse mas se tivesse seguido os maus princípios não se conseguiria libertar pelo que teria de reencarnar num novo corpo. Por esse caminho deambulou durante nove anos. Aliás foi esta experiência que o ajudou mais tarde, já como bispo, (a partir de 395) a refutar esta mesma ideologia gnóstica e várias heresias que foram aparecendo no seio da Igreja.

Às vezes Deus escreve direito por linhas tortas e foi este um exemplo claro. O erro que experimentou, deu-lhe o conhecimento concreto para o combater de uma forma irrefutável. É que o homem não é um pau mandado entre as forças do bem e do mal. Ele tem o livre arbítrio de escolher por onde quer ir.

É livre de escolher o bem ou de escolher o mal e o prémio será dado no julgamento final... Mas não só! A paz com que se vive, mesmo no meio de angústias e de problemas, já é um prémio em contínuo.

Combate várias heresias:

- Já desde o tempo das perseguições alguns cristãos negavam o perdão da Igreja para os apóstatas arrependidos. É necessário perceber como as pessoas renegavam a fé no momento das perseguições para tentarem salvar a vida e depois não lhes era permitido pelos cristãos voltar à Igreja pelo que muitos desesperavam por lhes faltar este apoio. Quase também a estes, Jesus podia dizer o que falou no Evangelho de hoje: hipócritas…;

 

- os donatistas – queriam que a Igreja só fosse constituída por santos pelo que não aceitavam que padres reconhecidamente pecadores pudessem ministrar os sacramentos. Ora o sacerdote só administra o sacramento em nome de Jesus Cristo pelo que, mesmo em pecado continua a ser sacerdote e é válido o seu ofício. É verdade que se pretende uma igreja de santos mas que sabem ser também pecadores;

- os pelagianos - que atribuiam exclusivamente ao homem o mérito da salvação. É fácil perceber que sendo carne contaminada pelo pecado original, o homem não consegue, sem a Graça Suficiente dada por Deus a todos, alcançar a salvação. No entanto esta Graça Suficiente tem de se tornar eficaz em cada um que a quer aproveitar. É que Deus ama o homem mas não o quer obrigar. Dá-lhe plena liberdade de escolha. Assim é importante, que recebendo a tal Graça Suficiente, o homem queira mais, queira a salvação verdadeira e para isso tem que pedir assídua e permanentemente a Graça Eficaz, isto é, o dom de perceber que só pela Oração e pela entrega total a Cristo poderemos ser salvos.

- os homeanos - que negavam o dogma cristológico. Jesus Cristo é verdadeiramente Deus e assume duas naturezas: a divina e a humana pelo que é também verdadeiramente Homem.

Agostinho padece imenso com a invasão dos Vândalos e pede a Deus a graça de morrer para não assistir ao sacrifício da guerra, no que foi ouvido.

Oração dos fieis

A construção do homem interior faz-se a partir da reflexão. Hoje o homem da sociedade de consumo pensa apenas no seu próprio reflexo, numa imagem de egoísmo. “O homem não encontra a Verdade. A Verdade é que se deixa encontrar pelo homem” (Sto Anselmo). O amor é tudo e a amizade mede-se na partilha.

 


Vida de Santo Agostinho

354

 

373

     

386

 

391

 

395

 

399

   

430

nasce em Tagasta - Norte de África - hoje Annaba - Argélia

 

Lê Cícero e torna-se filósofo

Converte-se à ideologia maniqueista

Converte-se ao cristianismo e pede o baptismo.                                                                                   A sua Mãe morre.

É monge durante 3 anos

Vai para Hipona a pedido do bispo Valério

 

Eleito bispo de Hipona

 

Combate várias heresias:                                                                                   os donatistas - negavam o perdão da Igreja para os apóstatas arrependidos, os pelagianos - que atribuem exclusivamente ao homem o mérito da salvação e         os homeanos - que negam o dogma cristológico.

Morre.     Invasão do norte de Africa pelos Vandalos

     
     
     
     
     
             
             
             
             

 

Vejamos como ele respondeu a Jesus:

‘Confissões’ X, 27.

Pai Nosso, ritos da comunhão e final

 

Se Agostinho vivesse hoje talvez pudesse dizer com Luiz Cordovil “Serei eu simples momento?” (Credo Volo- Anseios de Alma)