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decordovanaturais

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Este 'até para o ano' que alguns alunos me disseram puxou-me à lembrança os meus velhos tempos de 3ª ou 4ª classe em que se faziam ditados.

Era tudo bem explicado pela entoação do mestre-escola, o Sr. Cansado, enquanto ia passeando pela sala. Claro que um ponto era um ponto, muito diferente de um ponto final, parágrafo.

Está chegando ao fim o período de aulas ( à noite ainda irei mais um mês) e já vou vendo o parágrafo a mudar. Só que antigamente, no meu tempo de juventude, os professores sabiam mais ou menos o que os esperava nesta mudança e agora, neste tempo de ninguém, as incógnitas são tremendas. Vejo o concurso patético dos professores titulares mais parecido, grosso modo, com umas barracas que havia nas feiras com uns fios pendurados. Pagava-se um tanto e tinhamos direito a puxar um fio e, ou saía prémio ou não saía. Parece que aqui é mais ou menos parecido. Deste estou livre porque toda a vida fui livre e então não tive 'tempo' de chegar a este passo decisivo de ser ou não ser professor titular. Mas qualquer dia chega o meu concurso, dos professores contratados, e a pergunta é sempre a mesma: onde irei parar para o ano? perto ou longe de casa? com horário mais ou menos completo? que tipo de alunos irei encontrar? que disciplinas irei leccionar? Não imaginam, com certeza, o drama que escondem estas interrogações.

O 'parágrafo' está no fim e devo confessar que gostei. Encontrei alguns alunos que não eram pera doce mas que sempre me respeitaram. Tive momentos melhores e outros nem tanto mas penso que posso dar graças a Deus por este ano. Consegui ser eu!

Alguns alunos disseram-me que gostariam de me ter para o ano como professor. Terá sido mera cortesia? Deveria ter sido mais exigente? comigo próprio e com eles? Aprendi no escutismo a ser responsável, livre e respeitador...

Até para o ano, pessoal.  

Ponto final, parágrafo.

 

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