11 Out, 2008
Casa-se a Filha, ganha-se um Filho
Casou a minha Filha Teresa.
Foi uma festa bonita, na Igreja do Espírito Santo, dia de S. Francisco de Assis.
O grupo da Pastoral Jovem, do qual a Teresa tem feito parte, ajudou, com os seus cânticos, a dar alegria à celebração eucarística. A homilia, embora um pouco alongada, lembrou aos participantes e não só aos noivos as obrigações e as alegrias que se alcançam com o matrimónio católico. Foi focada a sua indissolubilidade que se traduz numa ‘prisão voluntária’ para os esposos mas dá uma segurança e uma estabilidade totalmente diferente do casamento civil; Foi focada a importância do ‘direito à Vida’ posto que os noivos se comprometem a educar os filhos que Deus lhes der. Também neste sentido se verifica um compromisso diferente dos casamentos em que os nubentes só se interessam pelo seu próprio bem estar sem grandes compromissos futuros. É que o compromisso de aceitar os Filhos não se traduz num jogo de escolhas de tempos, ou de sexos, ou de estado de saúde do feto, mas num depósito de confiança em Deus que tudo provê.
A reunião da família e dos amigos à volta dos noivos não é apenas uma oportunidade de convívio mas, essencialmente, um sinal e uma promessa de ajuda em momentos de fragilidade futura no caminhar do casamento ao longo da vida, nos bons e nos maus momentos.
Que o casal possa, pela vida fora ser testemunha da alegria de viver em comum. A data escolhida, no 74º aniversário do casamento dos Avós Rosa e Luiz, poderá ser um sinal de que lhes querem seguir o exemplo de Fé e de coragem. Lembro-me de ter mostrado aos noivos, uns dois meses atrás, uma argola que os avós tinham numa das fachadas da Quinta de S. José do Cano, para ‘prender o burro’, isto é, depositar aí as suas teimosias, indiferenças, indisposições… É que por vezes cada um de nós pensa que é o dono da verdade, que é superior ao outro, tem o direito a não suportar o outro, esquecendo o convite de Jesus a ‘dar a outra face’. E sem esquecer a pergunta que Pedro faz “Senhor, se meu irmão me ofender, quantas vezes lhe devo perdoar? Até sete vezes?” Ao que Jesus terá respondido: “Não te digo até sete vezes, mas até setenta vezes sete.”(Mt 18, 21-22)
O segredo do casamento duradoiro é, para além da oração, o saber perdoar constantemente, bem como descobrir o amor do outro mesmo quando está ‘uma manhã de nevoeiro’ com pouca visibilidade neste campo.
É importante lembrar que a Teresa e o Tomé se encontraram na campanha contra o aborto. Não se conheceram numa discoteca ou numa frívola conversa de explanada. Ambos estavam a lutar por um ideal, e foi esse ideal que os congregou. Como um selo branco que não sai.
Que o Senhor lhes endireite as veredas do caminho e lhes dê força, todos os dias, reforçada na oração.
Quanto a mim, na baba que me corre pela face, fico satisfeito pois ganhei mais um Filho!