Ainda a tempo?
Moral e Ética são dois termos que se confundem um pouco, e convirá, talvez, distinguir o que se entende por um e por outro, numa sociedade em que se desvaloriza cada vez mais a moral, enquanto comportamento esperado e aceite, delimitado por vícios e por virtudes, num ‘vale tudo’ que não quer ter peias.
O diferendo existente neste momento a nível da União Europeia por causa de legislação aprovada na Polónia e na Hungria contra os desejos dos grupos LGBTIQ, a chamada lei "antipedofilia" da Hungria que, entre outras coisas, proíbe a "promoção" da homossexualidade e redefinição de género entre menores de 18 anos, apesar de muitos alertas de Bruxelas e da resistência de líderes da UE, tem muito que se lhe diga. O Governo da Hungria vai ter de responder pela aprovação da lei que proíbe a divulgação a menores de idade de conteúdos relacionados com a homossexualidade ou a mudança de sexo. No caso da Polónia, o que está em causa é a declaração de “zonas isentas de ideologia LGBT”.[1] Parece assim que todos somos obrigados a aceitar que os nossos filhos sejam doutrinados e educados em princípios que nada têm a ver com a moral ocidental, judaico- cristã, aceitando como boa a ideologia de género.
Se é verdade que devo aceitar que ‘o outro’ tenha o ‘seu’ modo de pensar e de agir diferente do meu, não é menos verdade que a ‘sua’ liberdade não deve prejudicar a minha, isto é, pretendem que a tolerância por esta ‘diferença’ se transforme numa regra ou costume em que o ‘meu’ modo de pensar e de agir é rejeitado pela elite social e passa a ser criminalizado, por obsoleto. E isso, não posso eu aceitar, mesmo que seja politicamente incorrecto, que exceda a ética dos políticos.
Penalizar a Polónia e a Hungria por não aceitarem este modernismo de costumes vai traduzir-se numa submissão a este pequeno grupo dos LGBT, esquecendo que a História é como que uma roda e que outras civilizações terminaram desta maneira.