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decordovanaturais

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Todo o tempo, desde a ordem para preparar a Páscoa até à Ressurreição e aparecimento a várias testemunhas, pode ser entendido como O GESTO de Jesus, compreendendo a celebração da Páscoa judaica, a Sua Paixão, Morte e Ressurreição. É um só gesto por significar, no seu conjunto, o oferecimento da vida humana de Jesus pela salvação de toda a humanidade.

O Senhor já tinha anunciado a Sua Missão na Terra – Eu vim para que tenham vida, e a tenham em abundância. Eu sou o Bom Pastor: o bom pastor dá a vida pelas suas ovelhas (Jo 10, 10b-11) e declara ainda: Por isto o Pai ama-Me, porque dou a Minha vida, para tornar a tomá-La. Ninguém Ma tira: sou Eu que a dou por Mim mesmo. Tenho poder para a dar e para tornar a tomá-La; este mandamento recebi de Meu Pai. (Jo 10, 17-18).

No entanto, dentro deste macro gesto podemos dissecar vários ensinamentos concretos que o Senhor quis deixar bem gravado nos corações dos que O acompanhavam e, felizmente, a nós que ouvimos e participamos da tradição da Igreja na Fé de que Ele é o Filho de Deus e nosso Salvador.

Considero assim, como sinais mais significativos: a lavagem dos pés aos discípulos,  a instituição da eucaristia, o suor de sangue na oração solitária no Jardim das oliveiras, a cura da orelha de Malco, a serenidade da prisão, todos os julgamentos, pelos Sumos Sacerdotes, Pilatos e Herodes, toda a caminhada a caminho do Calvário, o diálogo com João e Nossa Senhora, o perdão ao bom ladrão e o último lamento de Jesus antes de expirar. Sem contar com os que poderíamos descrever após a ressurreição.

Todos eles são significativos para mim por me convidarem a tomar consciência da fragilidade da minha fé e das respostas concretas que eu dou, na minha vida do dia-a-dia. De qualquer modo considero que devo destacar os três últimos, já do alto da cruz:

- Ao ver Sua Mãe e junto dela, o discípulo que Ele amava, Jesus disse a Sua mãe: Mulher, eis aí o teu filho. Depois disse ao discípulo: eis aí a tua mãe. E, desde aquela hora, o discípulo recebeu-A em sua casa. (Jo 19, 26-27) Ao entregar Maria a João está igualmente a entregar-mA a mim. É talvez com este pequeno gesto que Maria se torna co-redentora com Jesus ao ficar como nossa Mãe. Que cada um de nós possa aprender dEla a sermos simples, humildes e, mesmo nas situações de dor como certamente Maria estaria a passar naquele momento, possamos ficar de pé, louvando a Deus por quanto nos dá e quanto nos pede. Já muitas vezes testemunhei esta proximidade de Maria na minha vida, com a Sua protecção e Conselho;

- Ora, um dos malfeitores que tinham sido crucificados [com Ele] insultava-O, dizendo: Não és Tu o Messias? Salva-Te a Ti mesmo e a nós também. Mas o outro, tomando a palavra, repreendeu-o: Nem sequer temes a Deus, tu que sofres o mesmo suplício? Quanto a nós, fez-se justiça pois recebemos o castigo que as nossas acções mereciam, mas Ele nada praticou de condenável. E acrescentou: Jesus, lembra-Te de mim quando estiveres no Teu reino. Ele respondeu-lhe: Em verdade te digo: Hoje estarás comigo no Paraíso. (Lc 23, 39- 43). Esta promessa de Jesus é uma esperança para mim, pecador, pois se Jesus perdoou àquele homem pelo seu acto de contrição de último momento, certamente perdoará também a todos os que O seguem ao longo da vida;

- O salmo 22 que Jesus tenta balbuciar no final das Suas forças não é de modo algum um grito desesperado mas um sinal de confiança: Não Vos afasteis para longe de mim porque estou atribulado; não há quem me ajude… Mas Vós, Senhor, não Vos afasteis; sois o meu auxílio, apressai-Vos a ajudar-me (cf Sl 22 12. 20) Para vós o meu louvor na grande assembleia; cumprirei os meus votos perante os que O temem… Perante Ele se prostrarão todos os grandes da terra; diante dEle se inclinarão os que voltam do pó. Mas a minha alma vive para Ele. Uma geração nova O servirá, narrará [as maravilhas] do Senhor às gerações vindouras. Eles virão e declararão a sua salvação ao povo que há-de nascer. Tal é a obra do  Senhor Cf Sl 22, 26. 30-32). Tantas vezes gritamos também Meu Deus, meu Deus, porque me abandonastes?  Pensando que o Senhor não ouve o nosso clamor e sem nos apercebermos que Ele nos leva ao colo nesses momentos de aflição.